Uma brigada composta por docentes da Universidade Eduardo Mondlane, investigadores e técnicos do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA), o Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas (MIMAIP), o Governo da Cidade de Maputo e o Conselho Municipal da Cidade de Maputo (CMCM) está a estudar um plano de intervenção para o desenvolvimento integrado e sustentável da Ilha de Inhaca, que inclui a formação de associações de agricultores, criadores e pescadores; a diminuição dos índices de invasão de animais às áreas protegidas e machambas na ilha, bem como a garantia de alimentação animal e por mais tempo e reduzir os problemas sanitários e o baixo índice produtivo através do plantio da forragem.

A equipa, que se encontra em Inhaca desde dia 17/09, dedicou os primeiros dias para auscultação das comunidades dos três bairros que compõem a ilha, com a finalidade de se inteirar sobre as principais actividades que exercem e das limitações na sua rotina produtiva nas áreas de agricultura, pecuária e pesca.
Na interação havida com os ilhéus, estes apresentaram a salubridade e a baixa fertilidade dos solos, facto que dificulta a produção; falta de espaços para a prática da agricultura e pastagem; dificuldades para o escoamento da produção; escassez de peixe, entre outros, como preocupações comuns nos três bairros.
O Porta-voz da brigada, Dr. Atanásio Vidane, explicou que nesta fase de diagnóstico, o grupo optou por uma abordagem colaborativa na qual a comunidade dizia aquilo que são os seus problemas e as possíveis soluções como forma de obtenção de orientação para a fase subsequente e em torno disso fazer-se uma priorização para se ver como será feita a intervenção.
Como proposta para a mitigação dos problemas referentes a agricultura, o docente da FAEF-UEM, Engo Joaquim Bucuane, aponta a necessidade de intensificar e maximizar a agricultura por eles praticada através da implementação da técnica de "consociação", que é o cultivo múltiplo de forma ordenada; a incorporação de matéria orgânica nos solos como forma de incrementar a sua fertilidade, bem como a aposta nas raízes e tubérculos, que são culturas que facilmente se podem desenvolver em solos arenosos.
No que tange à produção pecuária, os residentes de Inhaca queixam-se de caraças nos caprinos e das pulgas nas aves, preocupações estas que a docente da Faculdade de Veterinária, Doutora Rabia Zimba as classificou de exequíveis, pois segundo explicou, a solução passa por banhar os animais e higienizar os locais de criação.
Importa referir que a missão é uma acção-resposta às orientações do Presidente da República, Filipe Nyusi, na sequência da sua passagem pela Estação de Biologia Marítima de Inhaca, no quadro da visita presidencial a cidade de Maputo no ano passado.

 

Fonte: www.uem.mz