A Estação de Biologia Marítima da Inhaca (EBMI), em coordenação com uma equipa multisectorial envolvendo quadros da UEM, do Município de Maputo e do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA) levaram a cabo actividades visando, asistência as comunidades na Ilha da Inhaca, nas áreas da agricultura e pecuária.
A actividade agrícola na Ilha é basicamente virada para a produção familiar e, mesmo assim, em pequenas porções de terra. Facto que faz com que as famílias dependam grandemente da pesca e de todas as actividades associadas ao mar.

Outros sim, estima-se que existam na ilha cerca de 1200 animais entre caprinos e suinos mas criados sob condições degradantes e sem qualquer tipo de assistência técnica oque leva, anualmente, a perdas consideiráveis de animais.
Durante 10 dias (de 15 a 25 de Janeiro), técnicos da EBMI, Faculdade de Veterinária da UEM, incluindo estudantes, palmilharam mata a dentro, numa campanha de casa em casa assistindo aos animais com desparasitação e banho. 
Segundo a Dra. Rabia Zimba, que coordena a iniciativa, a principal reclamação da comunidade local prende-se com a existência de caraças em animais, feridas que comprometem o desenvolvimento do animal.
"E quando chega a altura da venda o animal se apresenta com baixo peso, por isso, o criador não consegue vender a um preço aceitável e eles reclamam da falta de retorno resultante da criação de animais", disse.
Segundo a fonte, todos os animais que manifestaram patologias específicas receberam tratamento. "As duas grandes actividades aqui na Ilha são a disparasitação e o banho, os tratatamentos foram para aqueles animais que manifestaram alguma patologia visível", frisou.
Florêncio Chaicomo, um criador de caprinos, do bairro Inguane em Kanyaka, disse ter perdido 14 animais em 2017 devido a caraças. "Estou muito satisfeito pela presença desta equipa aqui em Inhaca", anotou.
Paralelamente, nos campos de produção decorriam encontros envolvendo técnicos da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal da UEM (FAEF) entre investigadores e extensionistas e outros do Município de Maputo e do MASA que serviram para passar técnicas que podem ajudar a incrementar a produção de alimentos em Kanyaka. 
Entre as técnicas destacaram-se a compostagem, processo que consistiu em ensinar as populações a produção de adubo orgânico a base de material local e serve para fertelizar os campos combinando as fontes de carbono e de nitrogênio. 
Outra técnica apreendida pelas comunidades, foi a produção de pesticidas naturais mais conhecidos por biopesticidas feito a base de produtos naturais que ocorrem no local como os casos de piri piri, folhas de tabaco, folhas de papaeira e outras plantas que podem ter substâncias que ajudam a combater algumas pragas e até mesmo doenças infestantes.
"O que estamos a tentar fazer agora é ensinar aos agricultores como preparar uma calda a base destes extratos naturais", explicou o Prof. Doutor João Nuvunga da FAEF. 
Rosalina Noge, uma agricultora que se dedica a produção de couve, repolho e alface mostrou-se satisfeita com as novas abordagens de produção porquanto vai permitir o aumento da sua produção.
A campanha de desparasitação de animais e de transferência de novas abordagens de produção agrícola às comunidades abrangeu os três bairros da Ilha de Inhaca nomeadamente Ribzene, Inguane e Nhaquene. Mas nalguns quarteirões houve pouca adesão das comunidades, alegadamente, por falta de conhecimento.
O secretário do bairro Nhaquene, João Manganhela, falou da falta de colaboração de alguns chefes dos quarteirões no sentido de estes informarem as comunidades para a campanha de assistência aos animais. "Os chefes dos quarteirões é que deviam informar e mobilizar as populações mas alguns não o fizeram", referiu. 
Entretanto, o Régulo Nhaca mostrou-se agastado com pouco empenho de alguns chefes dos quarteirões que deveriam informar as comunidades e prometeu envolver-se pessoalmente na mobilização das populações.
"Este projecto tem ajudado a população, mesmo eu perdi muitos animais por falta de assistência mas agora há melhoria nos animais que foram assistidos. Não sei oque está acontecer nalguns quarteirões mas vou falar pessoalmente com as populações e explicar as vantagens desta iniciativa", concluíu. 
A presença desta equipa no distrito muncipal Kanyaka para assistência aos criadores de gado e agricultores visa incrementar os níveis de produção na agricultura e pecuária, no âmbito das recomendações deixadas pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, aquando da sua visita a Ilha de Ihaca, a 3 de Junho de 2016.
Na Estação de Biologia Marítima de Inhaca (EBMI), o Presidente da República orientou para a criação de uma equipa multisectorial envolvendo técnicos da UEM, Conselho Muncipal da Cidade de Maputo, e do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar no sentido de se encontrar formas para ajudar a população da Ilha para o aumento da produção agrícola e pecuária.

 

Fonte: www.uem.mz