O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, defendeu a criação de uma equipa multissectorial envolvendo quadros do Conselho Municipal da Cidade de Maputo e da Estação de Biologia Marítima de Inhaca, com o apoio da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane, para desenvolverem esforços conjuntos no sentido de aumentar a produção agrícola na Ilha de Inhaca.

Na Ilha existem pequenas associações de camponeses que produzem poucas quantidades de diversas culturas, com destaque para a mandioca, arroz e hortícolas. Mas parte considerável destes e de outros produtos continuam a vir da cidade de Maputo, e chegam a ilha pela mão de comerciantes locais que, por sua vez, revendem a preços considerados exorbitantes pela população local. 

Naquele distrito municipal, o preço de hortícolas e outros produtos de primeira necessidade são elevados mas os comerciantes alegam o custo de transporte destes bens, como a razão por detrás do elevado custo de vida.
Como solução, Filipe Nyusi sugeriu que se desenvolva um trabalho intensivo de transferência de tecnologias agrárias às comunidades para aumentar os actuais níveis de produção agrícola, predominantemente familiar, sem no entanto descurar a pesca, que é a actividade principal dos ilhéus.

O Presidente da República visitou, no dia 2 de Junho, a Estação de Biologia Marítima de Inhaca, enquadrado na visita que efectuou a cidade de Maputo, nos dias 2 e 3 de Junho. No final da sua visita a EBMI, o Chefe do Estado desafiou os quadros desta unidade a procederem o mapeamento das áreas produtivas com vista a identificar espaços concretos que possam ser utilizados para incrementar a produção na Ilha.
A população de Inhaca depende maioritariamente da pesca mas, o Presidente Nyusi diz ser possível incutir hábitos de produção agrícola mais modernos.

Na Estação de Biologia Marítima, Nyusi foi recebido pelo Reitor da UEM, o Prof. Doutor Orlando Quilambo, que na ocasião falou dos avanços registados pela EBMI em prol da biodiversidade local, tendo destacado o Plano de Maneio Integrado, desenvolvido conjuntamente com o Conselho Municipal da Cidade de Maputo, cujo objectivo essencial visa a gestão da Ilha.

A par do Plano de Maneio Integrado do Arquipélago, a UEM desenhou uma estratégia de investigação que versa sobre o rumo que deverá guiar a estação nos campos da investigação, infra-estrturas, formação de docentes, entre outros. “Mas a nossa ideia é que esta estação continue a ser uma referência nacional”, disse. 
Orlando Quilambo disse ao Presidente da República que a estação possui uma área territorial de cerca de 600 hectares e desempenha uma função social importante para gestão dos recursos naturais e florestais da Ilha. 
Entre as actividades levadas à cabo, Quilambo fez menção a realização de estudos antropológicos desenvolvidos por diversas unidades da instituição que dirige, entre os quais, consta um estudo antropológico sobre a presença na Ilha, do presidente Samora Machel e, recentemente, um estudo sobre a vida e obra do Régulo Nhaca.

Na Estação de Biologia Marítima de Inhaca, o presidente fez uma visita guiada pelo Chefe da estação onde escalou sucessivamente o Museu, o laboratório, a praia, assinou o livro de honra e testemunhou a presença de alguns barcos e redes confiscados como resultado da acção fiscalizadora da EBMI.