A Estação de Biologia Marítima de Inhaca (EBMI) acaba de fortalecer a sua capacidade de investigação científica com a inauguração nesta terça-feira (22 de Novembro) de novas infraestruturas. Trata-se de um laboratório com especificidades únicas no país, equipado com tecnologia de ponta, com acesso a água salgada do mar permitindo aos investigadores trabalhar como se estivessem num ambiente natural, facilitando, deste modo, a manipulação de organismos em situação controlada.

Trata-se de um laboratório com especificidades únicas no país, equipado com tecnologia de ponta, com acesso a água salgada do mar permitindo aos investigadores trabalhar como se estivessem num ambiente natural, facilitando, deste modo, a manipulação de organismos em situação controlada.

Para permitir maior mobilidade na realização de estudos costeiros e ecossistemas marinhos, a EBMI adquiriu uma embarcação, viatura e duas motos com tracção a quatro rodas. A embarcação ora adquirida além de servir para trabalhos de pesquisas marinhas vai ajudar na patrulha costeira que, para o efeito, já conta com 12 mergulhadores profissionais que têm a missão de garantir a protecção das áreas de conservação na Ilha, consideradas cruciais para a manutenção do seu habitat.

Na sequência foram inauguradas novas residências, mobiladas, para acomodar investigadores e um complexo residencial de alto padrão para acolher estudantes de pós-graduação. Segundo asseverou o Chefe da Estação de Biologia Marítima de Inhaca, Dr. Gabriel Albano, os investimentos globais até aqui realizados estimam-se em mais de dois milhões de dólares, fundos do governo moçambicano e do Reino da Suécia.

Na cerimónia que marcou a reinauguração da EBMI, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Orlando Quilambo, referiu-se a importância da estação para o ecossistema marinho e costeiro do país tendo afirmado que 70 por cento do conhecimento que o país detém neste sector resulta de estudos feitos na Inhaca. De acordo com Quilambo, além de desenvolver estudos sobre ecossistemas marinhos e costeiros, a EBMI oferece aconselhamento científico para a gestão do solo urbano do Distrito Municipal KaNyaka, através da elaboração de planos de ordenamento ambiental, planos de maneio e educação ambiental das comunidades.

A Estação de Biologia Marítima de Inhaca, ao longo dos seus 50 anos de existência, mantém uma relação de 38 anos de cooperação com o Reino da Suécia, que contribuiu para a melhoria das condições da estação e de desenvolvimento da UEM.

Na sua intervenção, a Embaixadora da Suécia em Moçambique, Irina Nyoni, afirmou que as novas infraestruturas podem ser vistas como uma oportunidade para a realização de pesquisas modernas. "Esperamos mais pesquisas e um novo conhecimento sobre o estado da linha costeira moçambicana e o oceano índico. Um conhecimento que contribuirá para banco global de dados sobre a biologia marítima", frisou. 

Nyoni divide em duas perspectivas o apoio que o seu governo concedeu a EBMI. A capacitação da pesquisa na área de biologia marítima que, por sua vez, poderá ajudar a influenciar o governo moçambicano na tomada de decisões informadas e sustentáveis sobre os recursos naturais que o oceano índico e a costa moçambicana oferecem.

Outrossim, irão contribuir para a concretização do objectivo 14 dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável que versa sobre a vida debaixo da água. "E esse objectivo tem sido ao logo dos anos uma prioridade do nosso governo", disse.

O Chefe da Estação da Biologia Marítima de Inhaca, Dr. Gabriel Albano, indicou que após a identificação e caracterização dos organismos marinhos existentes na Ilha segue-se um trabalho que visa desenvolver estudos que ajudem a clarificar a função destas espécies dentro do ecossistema e a sua ligação com outros organismos que existem no seu meio. Segundo a fonte, a Ilha de Inhaca possui mais de 300 espécies de aves e 150 espécies de corais e outras tantas de peixes, incluindo peixes marinhos.

A Estação de Biologia Marítima de Inhaca é uma unidade adstrita a Faculdade de Ciências da Universidade Eduardo Mondlane e foi fundada em 1951.

Fonte:www.uem.mz